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Leonardo da Vinci - As Invenções do Génio

O Centro de Congressos de Alfândega do Porto recebeu a mais completa e interativa exposição sobre a vida e obra de uma figura emblemática do Renascimento, Leonardo da Vinci.
A exposição dá vida às muitas invenções, máquinas e equipamentos que por ele foram idealizados e desenhados, antecipando algumas das maiores descobertas científicas e tecnológicas da humanidade.

Mona Lisa, A Última Ceia, protótipos de helicópteros, tanques de guerra, calculadoras e até o uso da energia solar, são algumas das 64 invenções, 60 protótipos e 20 reproduções de pinturas que podemos observar, tocar e até experimentar, no evento.



Os primeiros anos de Leonardo

Leonardo di ser Piero da Vinci nasceu na vila toscana de Vinci, a 15 de Abril de 1453. Era filho ilegítimo de um notário abastado, Fruosino do Antonio da Vinci, e de uma camponesa, Catherina. Vinci não é, assim, o seu apelido, mas refere-se à localidade da origem da família.

Pelo facto de ter nascido fora do matrimónio, não lhe foi permitido ter uma educação formal, vulgarmente apelidada de "sete artes liberais". Ironicamente, Leonardo referia-se a si mesmo como "Omo santa lettere" - aquele que não era letrado em latim.

Na adolescência, da Vinci torna-se aprendiz do mestre Andre di Cione, vulgarmente conhecido como Verrocchio. A trabalhar nesta oficina, inicia a sua educação artística, onde aprende a soldar, pintar e esculpir.

Também estudou as leis da ótica, da perspetiva e do uso de cores, demonstrando o seu talento desde tenra idade. Aliás, o mesmo comprova-se quando ajudou o seu mestre a pintar O Batismo de Cristo, em meados de 1476, pois segundo Giorgio Vasari, Verrocchio decidiu abandonar a pintura depois de perceber que tinha sido ultrapassado em técnica e genialidade pelo aprendiz.



O Homem Vitruviano

Um dos trabalhos mais célebres de Leonardo, o Homem Vitruviano, ilustra o cânone das proporções humanas que Vitrúvio, arquiteto romano do século I a.C., tinha defendido como premissa da sua teoria arquitetónica.
O desenho representa as proporções ideais do Homem e manifesta o ideal clássico de beleza, em que as posições dos braços e pernas expressam quatro posturas diferentes inseridas num círculo e num quadrado ao mesmo tempo.

A versão de Leonardo da Vinci combina uma leitura cuidadosa do texto antigo de Vitrúvio, com o resultado das suas próprias observações de corpos humanos reais.
Para os estudiosos do início de 1400, esses índices e proporções tornaram-se uma chave na explicação da estrutura de todo o Universo.






O Voo e outros Estudos

Leonardo estava convencido de que havia uma forma de o homem poder voar. Testou várias teorias e desenvolveu um manuscrito sobre o voo das aves.

Neste manuscrito, atualmente localizado na biblioteca de Turim, dividiu o estudo em quatro partes:
1) A maneira como as aves voam através do bater das asas;
2) Voar sem bater as asas, utilizando o vento;
3) Similaridades entre o voo das aves, dos morcegos e dos insetos;
4) Voo mecanizado.

Ao longo da sua vida, rapidamente percebeu que a força humana não é suficiente para o voo alado. Leonardo concluiu que a diferença entre o peso do corpo humano e a força necessária para levantar um objeto no ar, representa a razão pela qual a raça humana não foi concebida para levantar voo.
As suas pesquisas nesta área de trabalho contribuíram para o desenvolvimento de aparelhos como planadores, aeroplanos, helicópteros e paraquedas.







Leonardo, o Inventor

Para Leonardo, um artista deveria ter como missão a exploração do mundo visível. Confiava unicamente no que podia observar e verificar com os seus próprios olhos e considerava os escritos produzidos a partir da investigação científica realizada como as fundações para a produção da sua arte.
Ao  mesmo tempo que criava obras majestosas para nobres e mercadores abastados, da Vinci também desenvolvia alguém esboços de máquinas e outros inventos, comissionados ou influenciados pelos mesmos patronos.

Embora o Renascimento seja conhecido por um intenso desenvolvimento cultural, esta época foi também marcada por inúmeras guerras.
Muitos destes conflitos colocavam frente a frente dinastias que pretendiam o governo e o controlo geográfico de diversas regiões e cidades.

Tendo em conta este contexto, as inovações apresentadas por Leonardo levaram-no a ser cobiçado por homens sedentos de poder, que viam nas suas máquinas uma solução para o sucesso.
Infelizmente, nenhuma das suas invenções saiu do papel durante a sua vida.





Leonardo, o Pintor

As técnicas de Sfumato e Chiaroescuro, da palavra italiana sfumare, que significa esbater ou "evaporar-se como fumo", referem-se a um estilo de pintura cunhado por Leonardo da Vinci,
Pinturas que utilizam estas técnicas são facilmente reconhecidas porque a mistura de cores e tonalidades é tão subtil, que a transição entre a forma e a sombra se torna impercetível.
O exemplo mais conhecido é a pintura de Mona Lisa.

Leonardo foi igualmente pioneiro no uso da técnica Chiaroescuro, criando uma ilusão de relevo numa superfície bidimensional, dando assim a sensação de profundidade e volume às suas pinturas,
O grande contraste entre claro e escuro possibilita o realce de um elemento ou do objeto retratado, como é o caso na sua obra São João Baptista.

Durante o período do Renascimento, as técnicas de pintura de retratos transformaram-se dramaticamente,
O contributo de Leonardo foi indiscutível, inovando o posicionar os sujeitos numa pose de rotação-três-quartos, em que a parte superior e inferior do corpo giram em direções diferentes. Esta posição sugere que o retratado está a reagir a algo que se passa fora da moldura, interagindo assim com o mundo real.
Este posicionamento tão simples ofereceu todo um novo realismo à pintura.






"Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende."
Leonardo da Vinci



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