A Feira Afonsina, que decorre todos os anos na periferia do Castelo de Guimarães, berço de Portugal, teve como tema principal, este ano, o Batismo de D. Afonso Henriques.
Assim, nas dramatiz
ações feitas no decorrer da feira, podemos acompanhar o nascimento e a infância do primeiro Rei de Portugal.
São várias as áreas temáticas da feira, dispersas pelas ruas que sobem da praça até ao castelo, onde podemos acompanhar de perto os costumes da época e as actividades desempenhadas por cada profissão.
No Arraial Militar, uma reprodução de um acampamento do século XII, levada a cabo pelo núcleo de esgrima de Guimarães - Espada Afonsina - encontramos a patrulha militar, que tinha como principal função escoltar a nobreza, e onde podemos observar o fabrico de malhas das vestes dos soldados.
Na visita ao acampamento dos arqueiros, além de poder experimentar armas e vestes, o Clube de Tiro de Arco de Guimarães também oferece uma experiência de treino militar com espada e lança ou de tiro de arco.
Podemos observar, igualmente, o fabrico do arco e da flecha, técnicas do quotidiano e ofícios da época. Um deles, o mais rentável, era o fabrico de velas de banha de animal que, ainda antes da descoberta da parafina e da eletricidade, serviam para iluminar as casas quando o sol se punha.
No Jardim dos Infantes, dedicado aos mais novos, há jogos medievais para crianças e até a possibilidade de uma volta de pónei, o que fazia a delícia de miúdos e graúdos que por ali passavam; no Largo dos Duques, a possibilidade de participar em workshops variados.
A Praça de Mercar, uma zona de mercadores, engloba a dinâmica dos mercados medievais, principal actividade económica dos tempos afonsinos, com exemplos de produção, compra e venda de bens de primeira necessidade. Quem por ali passava, podia observar as frutas e legumes e até a encenação de tentativas de furto dos mais pobres.
No Largo do Oculto, pode encontrar ervas medicinais, amuletos, sabonetes artesanais; na Praça dos Aldrabistas, como o próprio nome indica, estão os mestres de ilusões, que viviam à custa da ignorância do povo e das trapaças que faziam de terra em terra.
O Quelho das desgraças, que ganha mais vida à noite, está reservado aos párias da sociedade: pobres, doentes e criminosos. Temos ainda, a deambular pela feira, as meretrizes e as borrachas, como a personagem Petrolina, que vão abordando os trausentes com muito riso à mistura.
Quanto aos doces, além dos crepes, sempre presentes neste tipo de festas, na feira Afonsina é muito apreciado o Bolo Chaminé, feito artesanalmente na brasa, com cobertura de frutos secos e canela.
De tradição Celta, podemos assistir também à Queimada, a confeção de um digestivo feito à base de uma mistura de frutos com aguardente queimada com mel.
Se quiser trazer uma recordação da cidade, além das bijuterias, livros em pele e madeira, espadas e escoltas, tem também guerreiros e bonecos de D.Afonso feitos em resina, com moldes artesanais e pintados à mão.
Para as mais vaidosas, não pode faltar a coroa, feita em arame, fitas coloridas e pequenas flores de eva.
Sou apaixonada por este tipo de eventos, nunca falho a Santa Maria da Feira, mas foi a primeira vez que visitei Guimarães e fiquei encantada pelo ambiente da Feira Afonsina.
O castelo, as gentes que se misturam entre o medieval e o moderno, a risota que os personagens nos proporcionam e a beleza da cidade, são momentos a não perder. E às vezes, não é preciso ir muito longe para vivermos outras culturas!
Até ao próximo post, ainda há muito para explorar... Afinal, o Mundo está à minha espera! 🙏
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