Como o próprio nome indica, são mercados cobertos onde podemos encontrar todo o tipo de lojas com a mais variada oferta de produtos tipicamente turcos, desde as jóias mais deslumbrantes e os tapetes mágicos, até aos chás, especiarias, frutos secos e doces típicos, como o lokum, que não é mais do que uma goma açucarada em diversas cores e sabores.
Passear por ali, rodeados pelos produtos que a Turquia tem a oferecer de melhor, é uma experiência muito típica, onde temos a possibilidade de ver em primeira mão a perícia dos turcos, que atraem locais e turistas com a arte da venda.
Tal como nas feiras tradicionais ou nos souks marroquinos, também terá a hipótese de negociar um preço menor, mas sem exageros ou sem entrar em total desacordo, afinal, aquelas pessoas levam os seus produtos muito a sério e não estão ali só para entreter.
Reza a lenda que, bem negociado, o preço inicial poderá baixar até metade, não mais do que isso. No entanto, se preferir uma boa pechincha, procure as lojas mais afastadas dos corredores principais ou opte pelo comércio local que se situa nas ruas adjacentes aos dois mercados.
O Grande Bazar, erguido em 1461, a mando do Sultão Mehemet II, foi projetado como uma forma de rendimento para a construção de Santa Sofia, mas com a ocorrência de incêndios e terramotos, ao longo dos séculos, a sua reconstrução deu lugar a um alargamento aleatório, pelo que se torna difícil delimitar os seus contornos.
Não tive oportunidade de contar, mas são números bastante plausíveis para mim, tendo em conta que o Mercado Coberto foi a atração turística mais visitada do Mundo, no ano de 2014, com nada menos do que 91.250.000 pessoas a entrar ali.
Apesar dos seus 21 portões, as entradas principais são apenas quatro. Nós optamos por seguir uma curta caminhada desde Santa Sofia, que não demorou mais do que uns 15 minutos, já a contar com as paragens para perguntar direções.
Escolhemos bem, pois o o bazar está mais ou menos organizado por secções de produtos e, nessa mesma entrada, logo nos deparamos com a opulência das ourivesarias, onde o ouro e a prata dão forma e cor a anéis repletos de zircónias, colares exagerados, pulseiras e pingentes com o famoso olho turco.
Seguindo aleatoriamente, somos deslumbrados pelo colorido das malas e écharpes, misturadas com uma vasta gama de calçado, t-shirts com o emblema de Istambul e até mesmo de alguns clubes futebolísticos. Mas atenção, ali não se fazem milagres, pelo que tendo em conta o preço, a maior parte dos produtos, como em tantos outros países, são apenas contrafações de grandes marcas.
As cerâmicas e cobres são muitos atrativas e não falta escolha, seja em conjuntos de chá, lâmpadas de Aladino ou taças coloridas. São as peças perfeitas para trazer como recordação do país, a somar-se aos imans magnéticos e porta-chaves em que nunca falta o famoso olho, símbolo de proteção contra os maus agouros.
Se quiser almoçar um suculento kebab ou apenas tomar um café turco, o mercado também tem uma zona com várias opções, mas como acabávamos de ter um almoço tardio num dos restaurantes típicos da cidade, optamos por saltar essa parte e seguir para o outro bazar.
O Bazar das Especiarias ou Egípcio, que fica situado em frente à Mesquita Nova, data de 1660, e nele encontramos apenas 2 corredores e uma média de 100 lojas.
Como podemos antever pelo nome, aí encontramos os produtos culinários mais próprios do país, com uma variedade muito colorida de especiarias e chás em erva ou flor.
Também a fruta e os doces, expostos uniformemente em bancas, apelam aos sentidos. E são muitos os vendedores que oferecem chá, lokum ou pequenos pedaços de baklava aos trausentes, como gesto de boas-vindas.
O que mais me impressionou, em ambos os bazares, foram as pinturas nos tectos, verdadeiras obras de arte que exemplificam muito bem a beleza do país e o cuidado com os pormenores.
Na Turquia, nada me pareceu velho ou descuidado, pelo contrário, fiquei encantada pela opulência e a boa conservação das construções, a minuciosidade e, sobretudo, o requinte de tudo o que pude observar.
Foram muitas as experiências que vivenciamos no país, desde a dança, às visitas guiadas e às amizades que criamos, por isso, nada melhor do que descrevê-las para recordar. Mas por agora, o Mundo está ali, à minha espera... 🙏🌍
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