Vivemos num Mundo de mães, bombeiros, sem-abrigo, agentes da autoridade, órfãos, voluntários, refugiados... Pessoas do bem! E todos podemos e devemos ser heróis, quando as linhas do destino se cruzam e nos exigem essa coragem.
Vivemos num Mundo de terrorismo, negócios de armas e petróleo, bombas, fome, doença e guerras. Mas, no mesmo Mundo, encontramos sol e mar, e sonhos, energia, crenças num amanhã melhor.
"É só mais um atentado terrorista..." - dou por mim a pensar - "Desta vez foi em Manchester; poderia ter sido noutro sítio qualquer. E tantas crianças, que pena! Que pena, mas a vida deve continuar!"
Eu não quero ser assim! Ter esta frieza, desenvolver esta indiferença perante os acontecimentos. É alarmante, chocante, irracional, cruel... Mas eu também não quero ter medo, viver em função disso ou deixar de ir pelo Mundo fora, aqui e alí, seja em que cidade fôr.
Se eu fizesse isso, se vocês fizerem isso, eles terão ganho... O principal objectivo será cumprido e eu simplesmente não lhes posso dar essa satisfação! Nenhum de nós pode!
Não, a vitória é dos heróis! Os heróis de verdade, que acolheram as vítimas em casa, que as transportaram, que trataram delas, as confortaram. A vitória é de Chris Parker, um sem-abrigo, que tirou pregos das faces dos que agonizavam e, com a sua bravura, foi reencontrado pela mãe, que desconhecia o paradeiro e situação do filho.
São esses heróis, os do quotidiano, que me arrepiam a pele e me levam as lágrimas aos olhos, enquanto escrevo. São os que realmente encontram um final feliz, sem vírgulas, sem parêntesis. São os que me fazem acreditar no valor do Ser Humano.
Hoje conversei com uma estudante muçulmana, uma jovem linda, cheia de doçura, que no lenço que lhe cobria os cabelos, trazia o verde da esperança. Quando lhe perguntei a nacionalidade, baixou os olhos em sinal de vergonha e muito baixinho, quase inaudível, respondeu "Líbia".
Quão doloroso lhe deve ter sido admitir e lembrar que o seu país, a terra que a viu nascer, está povoada pelo caos e membros de grupos terroristas. Quão triste é não poder ter orgulho nacional e chegar ao ponto de fugir, muitas vezes deixando tudo para trás. Isso também é heroismo!
Numa época de radicalismos, somos nós os heróis, os que ficam quando os nossos partiram, os que se aliam nas diferenças, os que acreditam na globalidade, na aceitação, na Humanidade.
Os heróis das histórias que vou contar aos meus futuros filhos, um dia, somos todos nós, que continuamos a nossa vida e sabemos separar as pessoas pela sua individualidade e não pelo país em que nasceram.
O Mundo está à nossa espera... 💚💙💛 Vamos tratar bem dele! 🙏
Sem comentários:
Enviar um comentário