Pode ser, pode não ser, depende muito do gosto e palato de cada um. O uso de vários condimentos num só prato, que resultam num misto agri-doce, pessoalmente não são a minha predileção, mas não achei nada intragável.
Em vários hotéis praticam as opções de Buffett, com comidas internacionais, mas o típico prato marroquino, servido num recipiente de barro, é o Tagine com carne de cordeiro ou frango, acompanhados ou só com legumes e frutos secos.
Como primeiro prato, são servidas as mais variadas saladas - batata, cenoura, beterraba, tomate - ou a típica sopa Harira, feita à base de lentilhas. Como acompanhamento, o Cuscuz, uma sêmola de trigo, servida à semelhança do arroz.
Tal como na nossa gastronomia, o azeite é a base dos cozinhados, mas as azeitonas servidas em todas as refeições, inclusive no pequeno almoço, não são curtidas como as portuguesas. As nossas são muito melhores, mas fazem muito pior, quando em excesso.
Nas cidades costeiras, como Casablanca ou Rabat, encontra bom peixe, mas em zonas mais recônditas, como o Alto Atlas, ou mesmo na praça Jemaa El-Fna, aposte nas espetadas de frango e cordeiro, com aquele cheiro delicioso do bom e velho churrasco portuga.
Prato buffett, saladas diversas com molhos e os Tagines. |
O que vestir?
Marrocos é um país muçulmano, com tradições bem diferentes das nossas, mas muito acostumado ao turismo. Por isso, use o que o fizer sentir mais confortável!
No meu caso particular, como li algures que era sinal de desrespeito a mulher usar ombros destapados e pernas à mostra, optei por evitar camisolas de alças e calções ou saias curtas. Também me fiz acompanhar sempre de um lenço, caso fosse necessário cobrir os cabelos ou ombros.
A realidade versus mito, é que cheguei a Marraquexe e todos os turistas andavam completamente à vontade; as mulheres ocidentais passeavam normalmente ao lado das amigas com hijab, causando uma mistura de culturas muito bonita de se ver, e não me senti desconfortável em momento algum, usando jeans e túnicas de manga curta.
Como o hotel tinha piscina, também me sentei a apanhar sol só de bikini. Haram! Mas ninguém olhou para mim de forma estranha, nem fui a única, por isso já deve ser prática comum.
Os outifs usados em Marrocos. |
Será que me vão trocar por camelos?
Se for loira, é uma hipótese muito provável! E se for morena, cuidado, ainda lhe acontece como eu, que fui elogiada pelos meus brincos e até se atreveram a chamar-me de Aisha - a esposa preferida do profeta Maomé.
E o que se deve fazer nesse tipo de situações? Agradecer a amabilidade, porque a par com Fatima, a filha do profeta, é só um dos maiores elogios que pode receber de um marroquino.
E pode ser que até surja a brincadeira dos camelos, nunca se sabe! Mas é só isso, não se assuste nem pense que vai conseguir grandes negócios, porque nós, mulheres, não estamos assim tão valiosas no mercado marroquino.
A tentativa de negociar camelos para trazer para Portugal. |
Posso fumar?
Todos os quartos em que ficamos tinham um recanto para fumar, com mesa, duas cadeiras e cinzeiro. Se é homem, vai sentir-se em casa, porque essa lei de proibição de fumar em espaços fechados ainda não chegou a Marrocos.
Se é mulher, pode, uma vez ou outra, ser alvo de olhares menos simpáticos. Acontece-me frequentemente em Portugal, aconteceu uma vez em Marrakexe, quando uma senhora idosa, trajada na sua burka negra, me olhou com um ar ameaçador.
Uma das salas de estar. |
O trânsito é tão caótico quanto o descrevem?
É confuso, sim, principalmente para quem vai de um país em que todas as regras da estrada têm de ser cumpridas, caso contrário, dão direito a pesadas multas.
As passadeiras são meramente decorativas, as rotundas são feitas a direito, os peões nunca têm prioridade e o ideal, ao atravessar, é dar uma corridinha ligeira, não vá uma carruagem puxada por cavalos ou uma mota com toda a família, mais o cordeiro, quase lhe passarem em cima.
Se é perigoso ou dá medo? Pessoalmente, acho que não, basta ter algum cuidado, encarar com sentido de humor e viver com espírito aventureiro a cidade vibrante. Afinal, quando estamos de férias, é mesmo para isso!
Os táxis de Marrocos. |
Falam tudo!!! Como é um país que vive do turismo, do negócio e dá muito valor a quem acolhe, os marroquinos sabem comunicar-se em quase todas as línguas, apesar de as oficiais serem o árabe (falado e aprendido nas escolas) e o francês, muito utilizado nos negócios.
Experimente dizer Portugal e verá um sorriso enorme, afinal, somos considerados bons vizinhos, seguido de um "Cristiano Ronaldo, o melhor", como se o rapazito fosse da nossa família e fosse um orgulho receber-nos.
A escrita é em Árabe, a comunicação é global. |
Qual a moeda? Preciso de fazer câmbio?
Não precisa necessariamente, porque a maior parte das zonas turísticas aceitam euros, mas o Dirham Marroquino, a moeda oficial, tem um valor bem inferior, por isso é, por norma, bem mais vantajoso.
A taxa de câmbio, à data, ronda em média os 0.10; para ter uma noção básica do que gasta, basta multiplicar ou dividir por dez. Ou seja: 1€ são aproximadamente 10 dirhams.
Tem a possibilidade de trocar logo no aeroporto, nos hotéis que têm esse serviço ou levantar directamente das máquinas de multibanco. Mas nesta última, tenha em atenção as taxas que o seu banco lhe poderá cobrar em transacções fora da União Europeia.
Regra geral, não é permitido trazer a moeda para fora do país, mas ao trocar os últimos dirhams que nos restaram, na loja de câmbio do aeroporto de Marraquexe, deram-nos alguns de souvenir.
Marrocos não é tão difícil de agradar, pois não? É um país de gentes e costumes bem diferentes, isso é certo, mas a magia da viagem está precisamente nisso.
Aproveite, disfrute, conheça e atreva-se a viver... Tem o Mundo à sua espera! 🌍🙏
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